Pois é, o que certamente sabemos é que muito dinheiro foi devorado pelo bote certeiro da "Serpente Apófis" ao longo dos anos e, como a voz do povo é a voz de Deus, sabe-se que miticamente Osiris, Isis, Horus, Anúbis ou Rá, nenhum deles, foi capaz de aniquilar em definitivo essa Áspide Mal-feitora. Seguindo a trilha, não há em Salvador uma voz que ecoe no deserto de forma a controlar o banquete da assustadora e venenosa víbora do nosso Nilo.
Sinuoso e sorrateiro, ele se camufla fazendo suas vítimas (não o monstro egípcio, mas o baiano), tão secreto que ainda não se mostrou, esse metrô serpente travestido de montanha russa. Ainda se diz que um de seus membros se ligará à sucateada linha férrea suburbana, que já não se aguenta em pé (ou seja, mais dinheiro superfaturado e desviado... ops... aplicado em obras públicas... hehe...).
A linha pioneira (Lapa-Estação Pirajá) sequer foi inaugurada, mesmo sendo cortada pela metade (até a Rótula do Abacaxi/Acesso Norte) agora já dizem que o metrô adentrará a Av. Paralela rumo ao Aeroporto. Curioso! Essas novas estações todas terão nome de madeira (Peroba, Jacarandá, Pau Brasil), seria uma homenagem à cara de pau dos nossos governantes? O que vale é que toda serpente que se preza precisa de uma árvore onde possa trepar (sem trocadilhos, por favor!).
Sendo assim, segue a saga de Apófis, sorrateira, imensa e venenosa pela cidade do Salvador, vitimando nossos bolsos, almas e crenças e, mesmo assim, existindo, preservada, apenas no plano mítico.
