quarta-feira, 25 de maio de 2011

Des-Educação do futuro da nação!

"Estamos aceitando a condição precária da educação como uma fatalidade? Estão me colocando dentro de uma sala de aula com um giz e um quadro para salvar o Brasil?". Durante uma audiência pública para discutir a educação no Rio Grande do Norte, este foi o clímax do discurso da Professora Amanda Gurgel (foto), que representou o quetionamento dos milhares de professores espalhados por toda a Nação.
Desde sempre a educação foi colocada em segundo plano no Brasil em detrimento à economia, à imagem externa, ao assistencialismo e, principalmente às votações por aumento de salário dos políticos. Mas hoje não vamos chicotear os políticos (sim, as corruptas costas deles vão descansar por um dia), lembremo-nos do quanto deixamos, enquanto cidadãos (indivíduos e sociedade), cair no ostracismo, grandes gestos como o dessa professora, enquanto egoisticamente colocamos nossa rotina como prioridade em relação ao crescimento coletivo. A mídia lucra com o "boom" da notícia e descarta após quinze minutos de exibição, mas o crime é que nós esquecemos junto - e somos esquecidos também.
Ao deparar-mos com uma manifestação estudantil contra o aumento abusivo do valor da passagem de ônibus dizemos "bando de vagabundos! QUERO ir pra casa e eles fechando a passagem" ou "lugar de estudante é na escola e não atrapalhando o trânsito!" ou até mesmo "reconheço a importância desse gesto, mas não poderia ser em outro lugar?". Poucos são os que apoiam verdadeiramente a ponto de cortar na própria carne para dar sua parcela de contribuição.
Não nos lembramos - nem nos importamos - que talvez esses estudantes precisem deixar de fazer alguma coisa para pagar a passagem e ir à escola, ou que eles tem péssima qualidade de ensino, porque os professores não possuem a estrutura mínima para garantir uma educação no limite do tolerável. Não! Isso não importa! O egocentrismo vigora hipocritamente enquanto colaboramos com a manutenção do sistema vigente e enxergamos nossas demandas imediatas à frente do bem social.
Quando nos deparamos com essa deterioração em cadeia que representa a má-qualidade da educação o que nos importa não é o futuro do país, mas o ócio dos estudantes devido à greve. Os estudantes acabam cortando na própria carne e os professores também (a medida que se assujeitam às condições humilhantes de trabalho e tem seus micro-salários cortados durante uma legítima greve), mas todos acreditam no futuro da nação e eu até poderia acreditar também, mas o problema é que os jovens crescem, se tornam adultos e são engolidos pela rotina que os fada a tornarem-se egoistas como todos os outros, enquanto os professores continuam sacrificados a dar conta de novas turmas, ano após ano.

domingo, 22 de maio de 2011

O dia em que a Terra... continuou

Pois é... pela enésima vez foi marcado o dia para o fim do mundo, que, novamente, não aconteceu. Dessa vez, foi um grupo evangélico americano denominado "Family Radio" - com sede em Oakland, Califórnia - que anunciou a famigerada profecia e comprou dezenas de outdoors nas principais cidades dos Estados Unidos e Canadá para anunciar que o Dia do Juízo Final seria em 21 de maio (ontem), quando apenas os crentes de verdade se salvariam.
Baseado em calculos supostamente extraídos de datas e citações bíblicas, o grupo lançou em várias mídias a seguinte frase de efeito: "...sopram as trombetas... avisem as pessoas... Dia do Julgamento, 21 de maio de 2011. A Bíblia garante!".
A Family Radio, fundada há mais de 50 anos por Harold Camping, ja havia
previsto o fim do mundo para 6 de setembro de 1994, mas o mundo persistiu. Para justificar, o grupo explicou que errou nas contas e que passou todo esse tempo revisando passagens bíblicas para, enfim, chegar na data agora anunciada.
O grupo tem membros em vários países, inclusive no Brasil. No entanto, o grupo, que fica em Belo Horizonte (MG) desligou os telefones e se recusa a responder e-mails sobre o assunto.
O fato é que dia 21 passou e continuamos todos aqui, andando, dormindo, comendo, acordando e realizando todas as nossas ações corriqueiras, mas juro que, quando o ponteiro do relógio bateu à 0H, não resisti à curiosidade e olhei para o céu nublado (não vi nada de anormal), olhei para o mar (estava revolto devido ao mau tempo), mas, como esperado, nada aconteceu. Confesso que por um momento até torci: "Cadê o cataclismo pra acabar com a balbúrdia chamada sociedade humana?"
A verdade é que já existe uma "indústria cultural" do fim do mundo, onde instituições religiosas, comerciais, meios de comunicação e publicação (livros, revistas, sites...) especializadas em incutir o pânico e lucrar em proporções "apocalípticas" às custas terror que causam na mente dos desesperados que, apreensivos, aguardam um hecatombe que nunca chega.
Mas porque o medo de acabar o mundo se o homem já faz isso ao longo da história sem precisar de nenhuma catástrofe natural? Porque se preocupar com um meteoro que viria do céu, uma mega-tsunami que devastaria continentes ou um terremoto de proporções globais se as pessoas ainda não se preocupam em fazer do mundo um local melhor para se viver? A explicação deve estar em prioridades místicas e supersticiosas que permeiam o imaginário social, pois em matéria de se preocupar com a própria casa, o ser humano continua involuído. Desse jeito, com o mundo cercado de ignorantes e fundamentalistas, talvez fosse melhor que a mãe-natureza realizasse um ultra-limpeza na sua face, limando de vez toda essa impureza chamada humanidade.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mais uma do "padrinho dos Skinheads"

Como se não bastasse conviver com a insensatez da corporação político-partidária brasileira, através de esquemas de corrupção, protelação de votações importantes e a sem-vergonhice chamada imunidade parlamentar, ainda temos um dinossauro de museu chamado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que circula por Brasília como papagaio de pirata e apelador, mas também atua como Deputado Federal do Rio de Janeiro nas horas vagas.
Depois de declarar no programa de TV, C.Q.C., que se tivesse um filho gay daria "um couro" até consertar e que namoro entre uma pessoa branca e outra negra é "promiscuidade", agora o Sem Noção, depois de dar tais declarações racistas e homofóbicas, usa seus filhos para tentar convencer a população de que tudo foi um mal-entendido na tentativa de criação de um factóide, entretanto, a postura corriqueira do Deputado desmente a sua ridícula tentativa de justificativa.
Socialmente, Bolsonaro apenas recebe o apoio de Skinheads e Religiosos fundamentalistas, já que seus pontos de vista perpassam pelo apoio à postura censora e violenta da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985), um reconhecido mal social que o deputado insiste em defender, tal qual a negligência total aos homossexuais que se contaminam com o HIV.
Enfim, depois de proclamar tantas barbaridades, Bolsonaro, nesta quinta-feira (12) ao fim da reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, interrompe a entrevista feita à Sexóloga e Senadora Marta Suplicy (PT-SP) sobre o Programa do Governo de Combate à Homofobia. Em estilo papagaio de pirata, o Deputado, de maneira constrangedoramente patética, começa a mostrar panfletos afirmnando que o governo quer transformar as crianças em gays (mas ora, alguém se transforma em gay? Para Bolsonaro, sim!) apenas pelo fato do Programa querer ensiná-las desde cedo a respeitar as diferenças.
Enraivada com a postura deselegante e retrógrada do Deputado, a Senadora Marinor Brito (Psol-PA) perdeu a razão e a paciência e deu um tapa NO PANFLETO segurado pelo insano. “Homofóbico, criminoso, está usando dinheiro público para fazer cartilha!”, gritava a Senadora Marinor, que, mesmo com razão, acabou caindo nas provocações de Bolsonaro, que alegou, ridiculamente, estar sofrendo "heterofobia".
“Ela [Marinor] não pode ver um heterossexual perto dela que sai batendo. Ela não pode ver um macho que fica louca. Tem que ter um projeto para criminalizar o preconceito hetero.” provocou Bolsonaro à Senadora Marinor, cujo único erro foi ter caído na cilada dele, que só queria aparecer.
Então, se Bolsonaro é tão macho assim, porque a necessidade de gritar, como quem em auto-afirmação, que é macho? Quem está duvidando disso? Quem quer saber se ele é macho ou não? Porque a necessidade de gritar isso? Porque quando um machista vê uma mulher nervosa diz que é falta de homem ou que não pode ver um homem? Será que Bolsonaro se cha mais homem que os outros? ... Enfim... É para refletir.
A Cantora Preta Gil, ofendida por Bolsonaro no C.Q.C. já anunciou que o processará, assim como a Senadora Marinor, entretanto, o Corregedor do processo é do mesmo partido de Bolsonaro (Partido Progressista), portanto fiquemos de olho! A OAB-RJ também já se manifestou contra o Deputado. É, parece que agora Bolsonaro só vai contar com seus afilhados Skinheads e os religiosos fundamentalistas que acham que sua opinião é o centro do mundo.

APELO AO RJ - Pelo amor de DEUS, corrijam o ERRO que alguns de vocês cometeram e não permitam que este homem represente vocês, pelo bem do Brasil. As ideias deste dinossauro retrógrado estão sendo descaradamente defendidas na internet por racistas homofóbicos, do tipo que estouram lâmpadas fluorescentes nos rostos das pessoas!

APELO AO PP - Até quando este homem vai estar difamando o partido de vocês e a casa pública do Brasil? Até quando vocês o manterão no partido e permitirão que ele falte cotidianamente com o decoro, incitando o ódio, a violência e a intolerância?

APELO AOS BRASILEIROS - Gente! Urna não é lugar de defecar!

sábado, 7 de maio de 2011

Paz, carnaval, futebol... Felicidade?

O Brasil é pintado nas aquarelas internacionais como a Terra da Felicidade, onde as mulatas andam alegres, fogosas e seminuas, dispostas a regozijar com os turistas. País do futebol, da música dançante e onde todo mundo é receptivamente feliz. É essa a nossa realidade cotidiana ou apenas um estereótipo formatado para instaurar o conformismo de que tudo vai bem?
Quando chega o carnaval, ou a copa do mundo, será que dá para esquecer o salário mínimo, a urbanização precária, ou as altas taxas de juros? Nesses períodos de ufanismo e folia, deixamos de enxergar os mendigos na rua ou a violência que bate a porta de cada um de nós?
Infelizmente, é nesse contexto que as pessoas continuam a fazer sexo sem preservativo ou outro método contraceptivo, e povoando este provinciano país com mais brasileirinhos miseráveis, que enchem os sinais de trânsito ou pungam carteiras alheias na tentativa de sobreviver à injustiça social ou para sustentar a fuga escorada nos vícios.
Por mais pobre que se seja, todos sabem que os postos de saúde distribuem gratuitamente os preservativos, entretanto a ignorância ainda é tamanha que ainda vemos famílias com sete, oito filhos, e com mais um na barriga, e, quando entrevistada, a mãe ainda tem a cara de pau de dizer que foi Deus que mandou! Desculpem, mas quem mandou o bebê foi o jato seminífero recebido por ela no momento do prazer, onde ela pouco se lembrara das outras bocas que esperavam ser alimentavas e que, dalí, poderia vir mais uma.
Temos que deixar de viver como animais, bestiais, que vivem do prazer irresponsável, porque dá para gozar sem ter de povoar ainda mais este país que não oferece a mínima estrutura para que os aqui ainda vivem!
Enquanto isso, continuamos todos a fingir que vivemos no país de "Paz, carnaval, futebol..." e que de quatro em quatro anos ou em cada fevereiro somos semeados por um espírito que hipocritamente nos faz vibrar de felicidade como se todos os nossos problemas fossem resolvidos com um grito de gol ou com o som da canção do trio.
A MUNDANÇA DE UM PAÍS COMEÇA COM A MUDANÇA EM CADA CIDADÃO!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mulher Brasileira x Mulher do Brasileiro

Muito se fala em mulher brasileira, mas afinal quem é essa figura emblemática que estampa nossa imagem internacional? A gostosa de curvas fartas da literatura baiana e dos comerciais de cerveja? A Amélia da canção? O objeto submisso ao homem? A mãe? A filha? A guerreira proletária que sustenta a casa com um salário mínimo? A velha feia e desdentada humilhada nos programas de humor?
Vamos provocar os neurônios e pensar um pouco no que achamos e fazemos com as mulheres do nosso país. Ela dá uma fechada no trânsito e alguém diz: "Só podia ser mulher! Vai pilotar fogão!". Ela transa com você no primeiro encontro e você espalha: "É uma vagabunda!". Ela se sobressai no ambiente de trabalho e logo se ouve: "Tá querendo imitar os homens!" e se demonstra irritação de maneira mais incisiva é obrigada a ouvir coisas como: "Tá de TPM! Isso é falta de ro...!"
Se por um lado a mulher ainda é vista como limitada, idiota, saco de pancadas ou receptáculo de sêmen também há perigo no oposto, gentilezas masculinas podem esconder uma idéia machista de que uma mulher sempre vai depender do homem. Eu abro a porta do carro, eu abro a compota de palmito (ora, só homens têm intelecto para tais coisas?). Você lava e passa a roupa, a louça e cuida da casa, isso é coisa de mulher! (a mão do cara vai cair ou ele vai "virar" gay se ajudar?).
Entretanto, o problema é cultural. As mulheres crescem sendo instruída pelos pais a casar com um bom partido (não importa o crápula que seja) e tenha filhos (herdeiros) como se ela não tivesse capacidade de trabalhar, e tenha que usar seus atributos (corpo) para atrair um casamento (nem sempre feliz).
O brinquedo dela é uma boneca (para que aprenda desde já a cuidar dos filhos) ou itens de casinha (para ensaiar a gerência do lar) mas ele brinca com ferramentas (pois vai trabalhar e abastecer a casa) e com o carrinho (vai dirigir). Mulheres não dirigem? Homens não cuidam dos filhos? Então porque os moldamos desde a infância com papéis determinados?
"Menino brincando de boneca não fica bem!", "Garota jogando bola é feio!", mas porque? Só por convenção social de uma sociedade patriarcal ou existe um pó mágico nos brinquedos que transformam as crianças em gays se forem trocados? E mesmo que os filhos sejam homossexuais no futuro, onde está o mal?
Enfim, voltando às mulheres, elas podem ser tudo que desejarem, elas podem ser presidentas desta Nação! Mas como epílogo temos mulheres - por vezes humilhada e outras vezes elevada - mas em muitos momentos, alvo de visões estereotipadas, que a deixam à margem de uma sociedade que se orgulha de ser tão plural.
MULHER BRASILEIRA, SEU LUGAR É ONDE VOCÊ DESEJAR!

Enfim, Brasil, entre outras mil!

Enfim, a provinciana Nação que atende pelo nome de Brasil tem reconhecida juridicamente a união civil entre casais do mesmo sexo, entretanto as manifestações contrárias já começaram a se expandir. O julgamento do Superior Tribunal Federal decidiu, com ampla maioria, abrir um precedente para que outros casamentos homoafetivos aconteçam na Nação. Mundialmente, essa não é uma prerrogativa incomum e há tempos já não é tão polêmica assim. Países como Canadá, Espanha, Islândia, Noruega, Holanda e até nossos rivais argentinos já sairam na nossa frente há algum tempo na garantia do direito dessas pessoas que convivem conosco no cotidiano e já são mais de 10% da população mundial e, antes que venham com o pseudo-argumento e digam que estes são países mais abastados e, por isso, com cultura mais flexível e mente mais "aberta", vale lembrar que a não tão abastada África do Sul já mostrou tolerância (provando que grana não é pre-requisito para respeito) e também já reconheceu a união homoafetiva.
Outro argumento que pode ser quebrado é de que o alto índice de religiosidade impede o processo. Espanha e Argentina são países extremamente católicos e, nem por isso, deixaram de integrar a lista.
No momento de debate, deixemos as motivações pessoais de lado e pensemos na coletividade: porque ser contra algo se este algo não vai tirar nada de você e vai fazer alguém feliz? Católicos, evangélicos ou professntes de qualquer outra religião que não reconheça a homossexualidade como prática legítima não têm o menor motivo para se opor ao veredito do STF, pois cada um tem o direito de se aconchegar com quem se sinta mais confortável, além do mais, o Brasil é um país laico (pelo menos isso!) e cada um tem o livre arbítrio de atuação social. Além do mais, religiosidade é amor, alteridade, solidariedade... e não autoritarismo, discriminação e imposição de regras!
Os gays não querem casar na igreja (lugar onde são tão hostilizados), entretanto desejam e necessitam ter seus direitos legais reconhecidos - para isso o casamento civil - para amparar seus fiéis parceiros em caso de falecimento, somar receitas no imposrto de renda, adotar filhos (sim, porque não?), partilhar bens, incluir o (a) cônjuge como dependente, etc.
Gays não são parasitas sociais, consomem, e muito, formando nicho especifico no mercado, e, mesmo assim, frequentemente morrem em vielas públicas por ataques homofóbicos, então porque negar um direito a quem já sofre tanto, e sem motivo? Por convenções e pre(con)ceitos religiosos? Por distorções de opinião? Por conclusões mal-formadas? Será que temos o direito de negar que o outro seja feliz do jeito que lhe convêm pelo simples fato de acreditar que esse não é o meio certo de vida? E qual é o meio certo de vida? O que é bom para mim é bom para todos?
É, acho que me empolguei então melhor ficar por aqui, e lembrem-se do lema: "viver e deixar viver!"
SEJAM FELIZES! E AMEM, MAS AMEM MUITOOOO!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Pais e Filhos

"...Você diz que seus pais não lhe entendem, mas você nao entende os seus pais..."
"... São crianças como vocês, o que você vai ser quando você crescer..."
 O conflito entre pais e filhos é mais antigo que a roda, talvez seja tão velho quanto a capacidade humana de se reproduzir, ou de se agrupar; mas o que interessa saber é até onde vão as fronteiras entre rebeldia, respeito e submissão. No mundo estressante onde vivemos, muitas coisas nos impelem cada vez mais a agir de modo ríspido e impaciente, valorizando o ego em detrimento à alteridade.
 Entretanto, vale lembrar que tanto pais quanto filhos encontram-se a mercê desse mundo louco e estressante, estando ambos suscetíveis a erros. Há pais dependentes dos filhos, que os sufocam, podando a liberdade da prole pelo simples medo de ficar só. Há filhos que extrapolam os limites da liberdade e apelam para a rebeldia, desvalorizando a experiência acumulada pelos seus pais e expressada em conselhos.
 Ora, mas experiência não depende de idade! Depende de maturidade (que também nao se mede em faixa etária). Mas e agora? Como saber quem sabe mais? Talvez saiba mais aquele que conseguir conciliar pontos de vista, valorizando os pontos mais positivos de ambas as visões. Falar é importante, mas ouvir também é, pois emitir mensagens nos possibilita testar o que aprendemos, mas recebê-las permite a aquisição de novas idéias.
 Nem submissão e nem rebeldia, o respeito se conquista com o equilíbrio entre o ouvir e o falar, sabendo procurar entender o outro, mas não abandonando o seu ponto de vista ao primeiro sinal de discordância, mas sabendo ser flexível e humilde para reconhecer a possibilidade de erro em ambos os lados. Reconhecer que o outro é capaz de erro e de acerto é perceber que você é tão igual nessas capacidades quanto ele.
PAZ A TODOS!

Barack Osama ou Obama Bin Laden

Na semana em que se discute (e festeja) a polêmica e questionável morte do terrorista mais procurado do mundo, minha reflexão (como sempre) destoa do pensamento do senso comum. Será que os Estados Unidos são tão diferentes das unidades terroristas?

Não quero discutir se Osama foi Mártir ou Vilão, o que me interessa não é o juízo de valor, mas a comparação qualitativa entre atos. O terrorismo oficial das organizações criminosas seqüestra, mata, realiza atentados e choca a população mundial. O terrorismo oficioso do Tio Sam, impõe (e sobrepõe) cultura, desrespeita as diferenças, delega hierarquias e ainda por cima conquista a admiração das massas.

Os atentados do 11 de setembro mataram 2.996 pessoas e o capitalismo voraz e irracional dá cabo de milhares de pessoas via fome, doenças e violência no mundo. Todas as perdas humanas são irreparáveis e por ambos os lados famílias sofrem. Os “bandidos” se ofendem com o domínio e arrogância dos poderosos e dizem que lutam por uma causa maior, enquanto os “mocinhos” invadem países, excutam civis e afirmam que o capitalismo tem suas próprias leis.

Intolerância, intolerância e mais intolerância. Vagarosamente, instala-se uma guerra ideológica entre oriente e ocidente, dividindo o mundo em dois blocos, tal qual a Guerra Fria. Enquanto presenciamos a guerra do torto contra o mal-feito, sem generalizar, devemos perceber que nem todo americano é presunçoso e canalha e nem todo muçulmano é fanático e terrorista.

A vida alheia VS. A grama do vizinho.

A minha pergunta de um milhão de dólares da semana é: a vida alheia incomoda ou a grama do vizinho é sempre mais verde? Analisando o péssimo e constrangedor hábito de tomar parte da vida dos outros, estimulado pelos realities shows, me pus, em uma bela noite de trabalho, a me perguntar: os olhos apontam para o lado para criticar ou invejar?

Cada vez mais as pessoas impulsionam-se a opinar, questionar e fazer verdadeiras coberturas jornalísticas acerca de fatos e especulações que permeiam a existência da celebridade, do vizinho, colega de trabalho ou familiar. Será que fulano é gay? Quanto será que ela ganha? Cicrano “tá” é tomando um belo par de chifres... a questão é que além de cuidar da vida dos outros, as pessoas acabam esquecendo de viver as suas próprias, num estado de voyeurismo profundo e doentio.

Como se não bastasse ter de lidar com esses binóculos apontados de ângulos inimagináveis, ainda nos preocupamos medíocre e hipocritamente com o que vão pensar de nós, sem dar-nos conta de que o burburinho reverbera com ou sem motivo. Chega-se ao ponto até de tolher a própria felicidade e a qualidade de vida para corresponder a convenções sociais, que mais parecem verdadeiros presídios ideológicos.

Então, cada vez mais infelizes por tentar controlar nossas características humanas, tentando uma fajuta verossimilhança divina, completamos o ciclo observando o observador e nos questionando: será que a grama dele é mais verde que a minha?