sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mulher Brasileira x Mulher do Brasileiro

Muito se fala em mulher brasileira, mas afinal quem é essa figura emblemática que estampa nossa imagem internacional? A gostosa de curvas fartas da literatura baiana e dos comerciais de cerveja? A Amélia da canção? O objeto submisso ao homem? A mãe? A filha? A guerreira proletária que sustenta a casa com um salário mínimo? A velha feia e desdentada humilhada nos programas de humor?
Vamos provocar os neurônios e pensar um pouco no que achamos e fazemos com as mulheres do nosso país. Ela dá uma fechada no trânsito e alguém diz: "Só podia ser mulher! Vai pilotar fogão!". Ela transa com você no primeiro encontro e você espalha: "É uma vagabunda!". Ela se sobressai no ambiente de trabalho e logo se ouve: "Tá querendo imitar os homens!" e se demonstra irritação de maneira mais incisiva é obrigada a ouvir coisas como: "Tá de TPM! Isso é falta de ro...!"
Se por um lado a mulher ainda é vista como limitada, idiota, saco de pancadas ou receptáculo de sêmen também há perigo no oposto, gentilezas masculinas podem esconder uma idéia machista de que uma mulher sempre vai depender do homem. Eu abro a porta do carro, eu abro a compota de palmito (ora, só homens têm intelecto para tais coisas?). Você lava e passa a roupa, a louça e cuida da casa, isso é coisa de mulher! (a mão do cara vai cair ou ele vai "virar" gay se ajudar?).
Entretanto, o problema é cultural. As mulheres crescem sendo instruída pelos pais a casar com um bom partido (não importa o crápula que seja) e tenha filhos (herdeiros) como se ela não tivesse capacidade de trabalhar, e tenha que usar seus atributos (corpo) para atrair um casamento (nem sempre feliz).
O brinquedo dela é uma boneca (para que aprenda desde já a cuidar dos filhos) ou itens de casinha (para ensaiar a gerência do lar) mas ele brinca com ferramentas (pois vai trabalhar e abastecer a casa) e com o carrinho (vai dirigir). Mulheres não dirigem? Homens não cuidam dos filhos? Então porque os moldamos desde a infância com papéis determinados?
"Menino brincando de boneca não fica bem!", "Garota jogando bola é feio!", mas porque? Só por convenção social de uma sociedade patriarcal ou existe um pó mágico nos brinquedos que transformam as crianças em gays se forem trocados? E mesmo que os filhos sejam homossexuais no futuro, onde está o mal?
Enfim, voltando às mulheres, elas podem ser tudo que desejarem, elas podem ser presidentas desta Nação! Mas como epílogo temos mulheres - por vezes humilhada e outras vezes elevada - mas em muitos momentos, alvo de visões estereotipadas, que a deixam à margem de uma sociedade que se orgulha de ser tão plural.
MULHER BRASILEIRA, SEU LUGAR É ONDE VOCÊ DESEJAR!

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