
Ao deparar-mos com uma manifestação estudantil contra o aumento abusivo do valor da passagem de ônibus dizemos "bando de vagabundos! QUERO ir pra casa e eles fechando a passagem" ou "lugar de estudante é na escola e não atrapalhando o trânsito!" ou até mesmo "reconheço a importância desse gesto, mas não poderia ser em outro lugar?". Poucos são os que apoiam verdadeiramente a ponto de cortar na própria carne para dar sua parcela de contribuição.
Não nos lembramos - nem nos importamos - que talvez esses estudantes precisem deixar de fazer alguma coisa para pagar a passagem e ir à escola, ou que eles tem péssima qualidade de ensino, porque os professores não possuem a estrutura mínima para garantir uma educação no limite do tolerável. Não! Isso não importa! O egocentrismo vigora hipocritamente enquanto colaboramos com a manutenção do sistema vigente e enxergamos nossas demandas imediatas à frente do bem social.
Quando nos deparamos com essa deterioração em cadeia que representa a má-qualidade da educação o que nos importa não é o futuro do país, mas o ócio dos estudantes devido à greve. Os estudantes acabam cortando na própria carne e os professores também (a medida que se assujeitam às condições humilhantes de trabalho e tem seus micro-salários cortados durante uma legítima greve), mas todos acreditam no futuro da nação e eu até poderia acreditar também, mas o problema é que os jovens crescem, se tornam adultos e são engolidos pela rotina que os fada a tornarem-se egoistas como todos os outros, enquanto os professores continuam sacrificados a dar conta de novas turmas, ano após ano.
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