domingo, 22 de maio de 2011

O dia em que a Terra... continuou

Pois é... pela enésima vez foi marcado o dia para o fim do mundo, que, novamente, não aconteceu. Dessa vez, foi um grupo evangélico americano denominado "Family Radio" - com sede em Oakland, Califórnia - que anunciou a famigerada profecia e comprou dezenas de outdoors nas principais cidades dos Estados Unidos e Canadá para anunciar que o Dia do Juízo Final seria em 21 de maio (ontem), quando apenas os crentes de verdade se salvariam.
Baseado em calculos supostamente extraídos de datas e citações bíblicas, o grupo lançou em várias mídias a seguinte frase de efeito: "...sopram as trombetas... avisem as pessoas... Dia do Julgamento, 21 de maio de 2011. A Bíblia garante!".
A Family Radio, fundada há mais de 50 anos por Harold Camping, ja havia
previsto o fim do mundo para 6 de setembro de 1994, mas o mundo persistiu. Para justificar, o grupo explicou que errou nas contas e que passou todo esse tempo revisando passagens bíblicas para, enfim, chegar na data agora anunciada.
O grupo tem membros em vários países, inclusive no Brasil. No entanto, o grupo, que fica em Belo Horizonte (MG) desligou os telefones e se recusa a responder e-mails sobre o assunto.
O fato é que dia 21 passou e continuamos todos aqui, andando, dormindo, comendo, acordando e realizando todas as nossas ações corriqueiras, mas juro que, quando o ponteiro do relógio bateu à 0H, não resisti à curiosidade e olhei para o céu nublado (não vi nada de anormal), olhei para o mar (estava revolto devido ao mau tempo), mas, como esperado, nada aconteceu. Confesso que por um momento até torci: "Cadê o cataclismo pra acabar com a balbúrdia chamada sociedade humana?"
A verdade é que já existe uma "indústria cultural" do fim do mundo, onde instituições religiosas, comerciais, meios de comunicação e publicação (livros, revistas, sites...) especializadas em incutir o pânico e lucrar em proporções "apocalípticas" às custas terror que causam na mente dos desesperados que, apreensivos, aguardam um hecatombe que nunca chega.
Mas porque o medo de acabar o mundo se o homem já faz isso ao longo da história sem precisar de nenhuma catástrofe natural? Porque se preocupar com um meteoro que viria do céu, uma mega-tsunami que devastaria continentes ou um terremoto de proporções globais se as pessoas ainda não se preocupam em fazer do mundo um local melhor para se viver? A explicação deve estar em prioridades místicas e supersticiosas que permeiam o imaginário social, pois em matéria de se preocupar com a própria casa, o ser humano continua involuído. Desse jeito, com o mundo cercado de ignorantes e fundamentalistas, talvez fosse melhor que a mãe-natureza realizasse um ultra-limpeza na sua face, limando de vez toda essa impureza chamada humanidade.

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